Na primeira emissão de Junho, abrimos com um nome que seria recorrente ao longo de todo o mês: Kanye West. Ora não ele tivesse querido isto mesmo – lançou quatro projectos pela Def Jam, a história editora, e todos sob a sua batuta criativa, fruto duma residência musical em Wyoming. ye é o único que assina em nome próprio, com apenas sete faixas, e aparecerá ao longo deste mês. Desta vez, ficámos com Violent Crimes.
Segue-se Natalie Prass e o seu (menos interessante nesta fase) ex-colega Matthew E. White. Há uns anos (2015?) estiveram envolvidos na mesma editora, que tinha a sua própria banda residente, salvo erro liderada por Matthew; daí surgiram belíssimos discos, como o homónimo de Natalie, que recuperámos, e que até chegou a apresentar em Paredes de Coura, no mesmo ano ou no seguinte. No entanto, 2018 faz-nos chegar uma Natalie diferente, mais devota à pop – e teria tudo para ser uma boa notícia (não digo que não é) mas perdeu-se a qualidade e o aprumo dos arranjos que tanto adorámos no primeiro disco. É assim a vida.
É uma aproximação ao estilo de Janelle Monáe, que tem um óptimo trabalho novo, que ouvimos; logo de seguida, breve passagem por Father John Misty a propósito da sua vinda ao NOS Primavera Sound.
A Porto Calling recomenda Flux of Pink Indians, antes de entrarmos numa fase final algo irregular e não-tão-experimental-assim. Primeiro com James Blake: um dos nomes obrigatórios para compreender alguma da música pós-2010, no que toca a electrónica e arranjos vocais modernos – seria bonito dedicar-lhe uma emissão, mas basta que ouçam o seu primeiro álbum homónimo de 2010; dele escutámos nova música para este ano, assim como um outro projecto mais discreto, e que produziu apenas uma canção, chamado Trimbal. Dentro ainda do hip-hop, breve passagem pela colaboração entre Jean Grae e Quelle Chris, para terminar, em grande, com o novo disco de Oneohtrix Point Never. Chama-se Age Of. É óptimo.
1. Kanye West – Violent Crimes (ye, 2018)
2. Natalie Prass – Your Fool (Natalie Prass, 2015)
3. Matthew E. White & Flo Morrissey ?- Thinking About You (Gentlewomen, Ruby Man, 2017)
4. Natalie Prass – Oh My (The Future and the Past, 2018)
5. Janelle Monáe – Dirty Computer (Dirty Computer, 2018)
6. Janelle Monáe – Make Me Feel (Dirty Computer, 2018)
7. Father John Misty – Total Entertainment Forever (Pure Comedy, 2017)
8. Flux of Pink Indians – Is There Anybody There (Strive To Survive Causing Least Suffering Possible, 1983) | sugestão da Porto Calling.
9. James Blake – If The Car Beside You Moves Ahead (2018)
10. Trimbal – Confidence Boost (2012)
11. Jean Grae & Quelle Chris – Doing Better Than Ever (Everything’s Fine, 2018)
12. Oneohtrix Point Never – Babylon (Age Of, 2018)
https://archive.org/download/DRTAMOSCA0602/DRT_AMOSCA_0602.mp3
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