Depois de uma caótica emissão na semana anterior (que não foi catalogada, mas está disponível no Patreon), voltámos a mais um directo. Para começar, uma breve passagem pela música dos Death Cab For Cutie, e logo depois explora-se um pouco de MASSEDUCTION, disco de 2017 de St. Vincent. Acho que não se pode dizer que esteja mais entregue à pop – porque foi sempre esse o seu domínio – mas há aqui muita coisa a resultar bem. Fica a nota.
Da década de 70, sacámos a cacofonia alegre e explosiva dos Sparks – e faço, durante a emissão, uma analogia com uma eventual banda britânica, que passou despercebida e aguardo quem a identifique. Mas sim: muito operáticos e energéticos. Reduziu-se a velocidade com a melosa música de A$AP Rocky.
O grande destaque desta hora vai para a música de R. Stevie Moore, um dos nomes, por excelência, do diy americano. Com muitas gravações caseiras posteriormente distribuídas por correio postal, a sua obra é absurdamente grande (400+ discos editados) e impossível de catalogar. Por isso, hoje explorámos o seu disco Phonography, que é um óptimo ponto de partida, e ficámos ainda com uma sugestão do seu aprendiz Ariel Pink, que editou uma colectânea sobre o catálogo supramencionado.
Curiosamente, o nome do disco de Steve Moore remete-nos para a artista seguinte. Overheard in Doi Saket, da autoria de Kate Carr, é um trabalho recente, de 2014, que reúne uma série de field recordings gravados na Tailândia; cada uma das faixas tem entre 1 a 7 minutos e documenta, de uma forma muito particular, uma ambiência sónica. O papel do artista não é muito interventivo – grava, apenas, e compila os sons; e para esta actividade há quem use o termo phonography, precisamente por ser o equivalente a uma fotografia em áudio. É um registo incrível – deviam experimentar.
E, para terminar, passámos por Barrio Sur, nome do disco e do artista (repararam neste negrito itálico? eficiência), e um outro nome sob o qual Dedekind Cut faz música. Este projecto sem a colaboração (e a influência) de Alex Zhang Hungtai e estas duas faixas são muito boas.
Este programa teve o apoio da Porto Calling, a melhor loja de vinil do país no Porto.
1. Death Cab For Cutie – I Will Follow You Into The Dark (Plans, 2005)
2. St. Vincent – Los Ageless (MASSEDUCTION, 2017)
3. St. Vincent – Pills (MASSEDUCTION, 2017)
4. Sparks – This Town Ain’t Big Enough For The Both Of Us (Kimono My House, 1974)
5. Sparks – Falling in Love With Myself Again (Kimono My House, 1974)
6. A$AP ROCKY – Excuse Me (AT.LONG.LAST.A$AP, 2015)
7. R. Stevie Moore – Explanation of Artist (Phonography, 1978)
8. R. Stevie Moore – Showing Shadows (Phonography, 1978)
9. R. Stevie Moore – I’ve Begun To Fall In Love (Phonography, 1978)
10. R. Stevie Moore – Goodbye Piano (Phonography, 1978)
11. R. Stevie Moore – Don’t Be Ridiculous (Ariel Pink Picks Vol. 1, 2006)
12. Kate Carr – Snatches (Overheard in Doi Saket, 2014)
13. Barrio Sur – redemption (7inch) (Barrio Sur, 2017)
14. Barrio Sur – Crespuscular IV (Barrio Sur, 2017)
https://ia801506.us.archive.org/5/items/DRTAMOSCA0317_201807/DRT_AMOSCA_0317.mp3
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