Chanceler alemã foi recebida com honras militares no arranque da deslocação de dois dias à China. Encontros de Merkel com primeiro-ministro e Presidente serão dominados pela política dos EUA e interesses comerciais.O Presidente chinês, Xi Jinping, e a chanceler alemã, Angela Merkel, parecem ter cada vez mais interesses comuns. A saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão, anunciada pelo Presidente Donald Trump, é apenas a mais recente de uma série de reviravoltas na política norte-americana que aproximaram Xi Jinping e Merkel. Alemanha e China são dois países exportadores que têm muitos lucros com os Estados Unidos, mas que se encontram na linha de fogo com Trump. Embora Berlim e Pequim se mostrem cada vez mais próximos, esta aproximação não está livre de desafios. A Alemanha espera que a China use a sua força económica para salvar o acordo nuclear com o Irão, enquanto Trump o tenta destruir. Aproximação com desafios "China e Alemanha aceitam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas discutiremos questões comerciais recíprocas. E queremos fortalecer o multilateralismo", declarou Angela Merkel. Três aspetos agora aproximam China e Alemanha. A saída dos Estados Unidos do acordo com o Irão e do Acordo de Paris sobre o Clima, além da "reviravolta" na defesa do livre comércio que os norte-americanos sempre proclamaram. "Além do acordo nuclear com o Irão, a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio pelos EUA é outro grande problema", lembra Liu Liqun é docente na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim. "Agora, a isenção para a União Europeia é prorrogada por um mês, pela segunda vez O Governo Trump está a fazer isso unilateralmente. Tanto a China como a Alemanha são fortemente contra isso. Vão discutir esse tema e como coordenar as suas ações", diz. Mas a visita de Merkel à China esta semana não deverá ser apenas uma visita de "consensos". Será também uma oportunidade para a Alemanha pressionar os chineses a cumprirem as promessas de liberalização comercial, com "passos concretos" nas relações bilaterais entre a China e Europa, explica o vice-presidente da Comissão Europeia. "A China é um parceiro estratégico para a União Europeia. Temos muito em comum e há muitas oportunidades, mas também há desafios. Nomeadamente, por exemplo, em questões relacionadas com os subsídios estatais sobre o comércio", destaca Jyrki Katainen. Do discurso à prática Depois do Congresso do partido, a China parece viver uma nova era. No entanto, "embora se fale muito sobre o comércio livre e aberto, pouco aconteceu na prática até agora", lembra Katainen. Embora a visita da chanceler alemã Merkel a Pequim revele proximidade entre esses países, as relações comerciais entre China e Europa não deverão estar livres de desafios futuros, diz o especialista chinês Liu Liqun. "Um ponto de fricção é que a Alemanha insiste num comércio justo e não apenas livre", refere o investigador. "Na China, as empresas estatais são maioria. Na Europa, nos EUA e no Ocidente, existem principalmente empresas privadas. Então, eles acham que isso não é justo para a concorrência. Por enquanto, não vejo muita coisa que o lado chinês faça para mudar isso, conculi. Ativistas dos direitos humanos esperam que a chanceler Angela Merkel aproveite a visita à China para falar sobre outros assuntos - e não apenas sobre comércio. A organização Amnistia Internacional pediu a Merkel que nas suas reuniões aborde assuntos coo a prisão domiciliária de Liu Xia, a viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo, que está detida há anos sem acusação formal.
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