Com a aproximação das eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDC), cresce o medo de tensões no país. O opositor Moïse Katumbi acusa o Governo de o querer envenenar devido à sua popularidade. O líder da oposição congolês, Moïse Katumbi, diz ter sido envenenado com uma substância desconhecida. "Queriam matar-me porque têm medo da minha popularidade", afirmou em entrevista à agência de notícias Associated Press (AP). Katumbi conta que foi agredido, em maio, por agentes da polícia que teriam injetado a substância no seu corpo antes de chegar ao tribunal na cidade de Lubumbashi para uma terceira audiência num caso em que é arguido, por recrutamento de mercenários. Uma acusação que rejeita. Segundo o líder da oposição, tido como favorito na corrida à Presidência da RDC, tudo fará parte de um plano orquestrado pelo Governo para o matar. Katumbi recusa-se, no entanto, a avançar detalhes. Adiar eleições? O opositor e outros críticos do Presidente congolês temem que as eleições, marcadas para novembro sejam adiadas para que Joseph Kabila permaneça mais tempo no poder. O chefe de Estado deveria deixar o Governo até ao final do ano, mas, até agora, ainda não declarou as suas intenções publicamente. Moïse Katumbi reitera a necessidade de se realizar eleições livres e justas, "porque matar a oposição é ditadura." Transições turburlentas Desde que a República Democrática do Congo conquistou a independência da Bélgica, em 1960, nunca houve transições de poder pacíficas. Kabila está no poder desde 2001, desde que o pai, o Presidente Laurent Kabila, foi assassinado por um dos seus guarda-costas. O filho foi, depois, eleito chefe de Estado, em 2006 e 2011. Agora, a Constituição impede Kabila de se candidatar a um terceiro mandato. Nas eleições anteriores, o Presidente congolês teve o apoio de Moïse Katumbi. No entanto, como muitos outros políticos, também Katumbi se afastou publicamente de Kabila, em 2015, porque o Presidente não estava disposto a deixar o cargo.
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