O Presidente do Gana reuniu-se com a chanceler alemã Angela Merkel nesta quarta-feira (28.02.) em Berlim. Akufo-Addo defendeu mais comércio em vez da "ajuda clássica" ao desenvolvimento. A migração também foi tema.Angela Merkel e Nana Akufo-Addo querem estreitar os laços de cooperação entre seus países nas áreas de economia, migração e segurança. O Presidente do Gana também manifestou desejo de mudança no modelo de cooperação: "Queremos focar o nosso relacionamento com a Alemanha, e outras nações desenvolvidas, muito mais no mercado e nos investimentos. De facto, a era da 'ajuda' não foi útil para o desenvolvimento dos nossos países porque criou a mentalidade de 'dependência'". Os dois dirigentes, que se reuniram nesta quarta-feira (28.02.) em Berlim, pretendem expandir a cooperação no âmbito da iniciativa "Compact With Africa", criada pelo Governo alemão no âmbito da Cimeira do G20 para reforçar o investimento privado no continente africano. A chanceler alemã garante que "o ministro das Finanças do Gana está a trabalhar muito para criar as condições necessárias de implementação do 'Compact With Africa'. E isso significa implementar as reformas necessárias." E Angela Merkel promete: "Faremos o melhor para incentivar projetos de investidores privados alemães no Gana, pois ainda são poucos." Entraves no Gana Até agora, a iniciativa teve poucos resultados. A Câmara Alemã de Indústria e Comércio, por exemplo, critica a ausência de garantias governamentais adicionais para empresas alemãs que desejem operar em África. Além disso, acredita-se que o Governo do Gana ainda tem muito trabalho pela frente. Os investidores estrangeiros temem os frequentes cortes de energia no país, além da corrupção e do baixo nível de educação dos trabalhadores. O Gana é um dos mais importantes parceiros alemães em África - com um volume de negócios de cerca de 584 milhões de euros. Fim à migração Também durante o encontro, Merkel e Akufo-Addo concordaram em cooperar mais para combater a migração ilegal. O Presidente do Gana é da opinião que "a energia que muitos jovens despendem ao tentar atravessar o Saara, ou o Mar Mediterrâneo, deveria ser usada no Gana para tornar o país mais próspero. Por isso, a nossa preocupação é melhorar a economia do nosso país e gerar mais empregos aqui, aproveitando assim a energia desses jovens". A Alemanha, em particular, está a pressionar o rápido regresso de cidadãos ganeses, cujos pedidos de asilo foram rejeitados. Há cerca de 4.000 a viverem na Alemanha, país que acolhe a segunda maior comunidade ganesa na Europa. O Reino Unido acolhe a maior comunidade. A chanceler Angela Merkel sublinha a sua política de estancar a migração: "Insistimos no retorno voluntário dessas pessoas antes da deportação. Em troca, queremos permitir que mais jovens do Gana estudem ou tenham capacitação profissional na Alemanha. Devemos lutar contra a migração ilegal, mas criar oportunidades legais, especialmente para os jovens".
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