Várias universidades públicas sul-africana têm sido palco de protestos de estudantes contra o aumento das propinas. As manifestações acabam muitas vezes em confrontos entre os estudantes e as forças de segurança.Há uma semana que universidades em Joanesburgo, na Cidade do Cabo ou em Durban têm sido palco de protestos de estudantes contra o aumento das propinas no próximo até o máximo de 8 por cento. As associações de estudantes de quase todas as instituições de ensino superior do país já solicitaram uma moratória da subida das propinas até que o Governo declare o ensino universitário gratuito. As manifestações acabam muitas vezes em confrontos entre os estudantes e as forças de segurança que têm utilizado gas lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Hélio Inguane tem de regressar a Moçambique. O estudante moçambicano não consegue entrar no campus da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, onde está a fazer o mestrado. Witwatersrand é o epicentro dos protestos dos estudantes contra o aumento das propinas. É impossível ir às aulas: "Há avaliações que ficam sem data marcada. Noutra vertente, estudantes de pós-graduação, quer mestrado ou doutoramento, tem que submeter uma publicação ou alguns documentos à Universidade... Então a Universidade estando fechada não há como cumprir com os prazos. Academicamente é uma situação complicada..." Por isso, Hélio Inguane tem de regressar a Moçambique, como fizeram os seus compatriotas - para evitar o pior. Estudantes protestam há uma semana Há uma semana que os estudantes da África do Sul protestam, exigindo ao Executivo que cancele o aumento de 8% das propinas no próximo ano. Em outubro do ano passado, os estudantes conseguiram que o Governo suspendesse um aumento das propinas. E este ano, voltaram a protestar. Uma funcionária da Universidade de Witwatersrand morreu durante as manifestações. Em todo o país, dezenas de pessoas foram detidas após confrontos com as forças de segurança. Vários edifícios foram danificados. Segundo Anderson Fernandes, um estudante angolano na Universidade da Cidade do Cabo: "Uma das vezes que os alunos estão a fazer a greve, privam-nos de assistirmos as aulas, porque as aulas são canceladas normalmente, por causa das agressões físicas que eles fazem a quem estiver a assistir aula, ou o vandalismo que eles fazem na escola." Esta greve está a preocupar o presidente do Congresso de Estudantes e Comunidade Angolana na África do Sul, Manuel Panzo, mas não só. Bolseiros angolanos e moçambicanos enfrentam problemas Panzo também está preocupado com relatos de que estudantes de Angola não estão a receber a bolsa há vários meses, devido à crise económica no país. Segundo o responsável, alguns bolseiros terão sido despejados das residências por não pagarem as rendas. Alguns terão mesmo sido obrigados a regressar a Angola. "Os rapazes forma para a Embaixada, levaram malas, etc, etc, para reivindicarem para a Embaixadora fazer qualquer coisa, mas a Embaixadora não aceitou falar com os rapazes, mandou seguritas, ameaçou chamar a polícia, etc, etc. Mas como há aquele problema em Angola se você desafia o Governo ou podes ser morto ou pode ser preso quando voltas à Angola. Então os rapazes depois desistiram daquilo." A DW África tentou contactar a Embaixada angolana na África do Sul a respeito deste assunto, mas não foi possível obter uma reação.
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