Vítimas contam que foram surpreendidas por homens armados quando seguiam viagem para cobrir agenda presidencial em Manica. Fontes do Governo dizem que ataque estaria ligado a RENAMO. Dois carros que transportavam jornaslistas foram atacados por homens armados esta sexta-feira (15.08), na região de Chiwala, na província de Manica, centro de Moçambique. Os jornalistas seguiam comitiva governamental para fazer a cobertura da visita de três dias do Presidente Filipe Nyusi àquela região. Segundo fontes do governo, o ataque é de responsabilidade da RENAMO. A comitiva governamental se deslocava para o distrito de Macossa, onde este sábado (16.08) Nyusi fará um comício popular no quadro de sua visita à província de Manica. Feridos por estilhaços Entre os veículos atingidos estão o de dois órgãos públicos, nomeadamente a televisão de Moçambique e da rádio Moçambique. Nestas viaturas um jornalista teve ferimentos na nuca devido aos estilhaços de vidros. Segundo contou a DW um dos jornalistas que preferiu não revelar a sua identidade, o ataque foi repentino. “Quando chegamos à zona de Chiwala ficamos surpreendidos pelos tiros. Tempos depois chegou a força de Defesa e Segurança que respondeu e os homens puseram-se em fuga" conta o jornalista vítima da emboscada. Nyusi comenta ataques desta sexta-feira O Presidente da República condenou com veemência os ataques que atigiu os jornalistas e fez críticas aos ataques violentos que se tornam frequentes naquela região. "Hoje os nossos irmãos, os nossos filhos, estes que estão aqui a escrever, a filmar, uns saíam de Chimoio para Macossa e pelo caminho alguém começou a despertar. Deus é grande e estão todos bem. População de Mossorize, vamos ficar calmos. Fica claro quem não gosta de moçambicanos. Há dúvidas aqui? Alguém quer mostrar que é grande, é forte matando pessoas" disse Filipe Nyusi, sem citar a RENAMO em seu discurso. O Presidente Filipe Nyusi não circulava naquela comitiva, tendo viajado mais cedo por meio aéreo para o distrito de Mossurize, onde hoje era esperado para o início da sua visita a Manica. Além de Mossurize, hoje, e Macossa este sábado (16.08), agenda presidencial inclui também o distrito de Vanduzi. Ataques violentos As autoridades moçambicanas têm acusado regularmente a RENAMO de uma série de ataques. Nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de Moçambique, ataques a postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da minerdora brasileira Vale. A RENAMO acusa por seu lado as forças governamentais de bombardeamentos na Serra da Gorongosa, onde se presume que se encontre o líder da oposição, Afonso Dhlakama. O acordo de paz é um dos quatro pontos de agenda em discussão entre governo e RENAMO, que retomaram na última segunda-feira as negociações, após uma interrupção ocorrida a 27 de julho. Nos últimos dias, tem sido difícil contactar o partido RENAMO em Manica para falar sobre os ataques que tem sido atribuídos aos seus integrantes.
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