Nesta semana, o Momento Sociedade aborda a questão das políticas públicas para o gerenciamento de crises como a do novo coronavírus. “Se os municípios, estados e o País possuíssem políticas preparadas para esses momentos, [seria possível] trabalhar para que houvesse as melhores experiências e exemplos. Não é o que acontece, em regra, no Brasil. Nunca teve algo como o coronavírus, mas já tivemos obrigações causadas por outros problemas sanitários”, explica José Luiz Portella, doutorando na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O pesquisador recorda a Gripe Espanhola (1918-1920), que vitimou aproximadamente 35 mil brasileiros, cerca de 15 mil apenas no Rio de Janeiro. Na atual pandemia, ele avalia que houve falha nas políticas de planejamento, indo do imediatismo para lidar com o problema no início a medidas drásticas, depois do aumento de casos internamente, e sem coordenação entre os diferentes governos. Assim, segundo Portella, com a chamada “Síndrome do Chuveiro Elétrico” (quando os governantes agem sob pressão), houve a consequente demora de adequação à real problemática da crise sanitária.
Para ele, desde o início da disseminação do coronavírus, em janeiro e fevereiro, deveriam ter sido tomadas medidas preventivas mais rigorosas, entre elas a construção antecipada de hospitais de campanha e a restrição e fiscalização de voos internacionais. Como isso não aconteceu, os governos locais estabeleceram por si só as decisões de combate à Covid-19. “Existe uma ação geral e genérica, mas não há uma coordenação entre governo federal, estadual e municípios, nem mesmo na área da saúde. Esse é o primeiro problema a ser superado. […] O Brasil foi muito leniente no começo e radical depois”, destaca José Luiz Portella.
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Momento Sociedade
O Momento Sociedade vai ao ar na Rádio USP todas as segundas-feiras, às 8h30 – São Paulo 93,7 MHz e Ribeirão Preto 107,9 MHz e também nos principais agregadores de podcast
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