Erros de planejamento cometidos pelo governo no controle da pandemia podem piorar cenário brasileiro. A avaliação é de José Luiz Portella, doutorando em História Econômica da FFLCH, ex-secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo, que fala sobre o assunto neste episódio do Momento Sociedade.
Na concepção de Portella, “estamos indo para um caminho pior do que o previsto. De acordo com alguns especialistas da área da saúde, o novo ‘normal’, parecido com a rotina que tínhamos antes da pandemia, só será retomado em novembro e dezembro. Isso tem impactos sociais e econômicos, uma vez que as reservas financeiras podem ir acabando ao longo desse tempo”. Além disso, sem a decisão de adotar lockdown e com a mudança ocorrida no Ministério da Saúde em momento de crise, a preocupação é com a gestão do problema.
Sem o lockdown, as esferas administrativas da União, dos Estados e dos municípios continuam adotando medidas não integradas, e isso pode gerar confusão, segundo o doutorando. Ademais, mesmo com a perspectiva otimista da chegada de uma vacina em apenas um ano, não se sabe quando a imunização estará disponível para todos.
“O lockdown deveria ter sido implantado desde o começo, pois se paga por erro de planejamento. O custo disso vai ficar caro, tanto economicamente quanto psicologicamente, porque as pessoas estarão esgotadas, o que pode levar ao desespero. Esse é o principal problema, juntamente com as divergências entre União, Estados e municípios”, comenta Portella.
Saiba mais ouvindo o episódio na íntegra.
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