Já passaram dez meses desde o lançamento da primeira pedra para a construção do Hospital Provincial de Inhambane, mas as obras não avançam. O Governo moçambicano ainda não entregou o dinheiro para a execução do projeto. A primeira pedra foi lançada em setembro de 2015 pela ministra da Saúde de Moçambique, Nazira Abdula, com o prazo de execução de 18 meses. Porém, passados dez meses, não existe qualquer sinal de obras em curso. A demora no início das obras deve-se ao cancelamento do contrato com o empreiteiro adjudicado, que não chegou a receber o dinheiro do Estado, explica o diretor provincial de Saúde de Inhambane, Naftal Matusse. A DW África visitou o terreno na cidade de Maxixe e encontrou duas placas: uma dá a conhecer o projecto final, quando estiverem concluídas as obras do Hospital Provincial de Inhambane; a outra indica o promotor da obra, o financiador, o fiscalizador, o empreiteiro, o alvará, a licença e o prazo de execução, mas não apresenta o custo total. As obras estão a cargo de empresa de construção civil portuguesa Teixeira Duarte, cabendo a fiscalização à STRUT & TIE, empresa de consultoria em engenharia e meio ambiente, cujo financiamento provém do Orçamento Geral do Estado. "Dinheiro nas mãos do Governo" Inicialmente, equacionou-se a possibilidade de construir o hospital na cidade de Inhambane, mas, entretanto, houve uma mudança no projecto. "Já havia um contrato assinado com a empresa a que foi adjudicada e também se viu que havia uma necessidade de adequar este novo contrato ao novo projecto e ao novo terreno, daí esta demora", explica o diretor provincial de Saúde em Inhambane. "A demora é para fazer muito bem o projecto e esperamos que as obras possam começar", acrescenta. Questionado sobre o atraso na execução do projeto, Naftal Matusse admite que antes não havia uma auditoria para aprovação do projecto. "É um grande projecto, que não podemos fazer com pressa e precipitação. Temos de criar todas as condições para que possa acontecer sem grandes sobressaltos", sublinha. Em relação ao dinheiro para a construção do empreendimento hospitalar, o responsável afirma que o empreiteiro ainda não recebeu o dinheiro porque antes terá de ser feita uma revisão do orçamento total. "O dinheiro está nas mãos do Governo de Moçambique e como as obras ainda não começaram, não pode se pagar nada", explica Naftal Matusse, frisando que se trata de dinheiro dos fundos do Estado. "Há uma revisão de todo o contrato e toda consultoria, então é precoce adiantar os valores nesta altura", conclui.
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