“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmo 127:1).
O Salmo 127 trata de algumas das preocupações universais do ser humano: construir, proteger, realizar. Não realizar nada, não construir e não proteger seriam atitudes consideradas insensatas. Contudo, a mensagem central desse salmo é que não há sacrifício nem trabalho humano que sejam capazes de substituir a presença de Deus.
O verso 2 não sugere que o esforço no trabalho seja errado. O que é errado é deixar Deus de fora de nossos esforços. Se o Senhor não é incluído como o fundamento daquilo que fazemos, o que fazemos não passa de árvore marcada para cair. Tudo aquilo que tem base falsa, a despeito de nossa dedicação e ansiedade, não passa de futilidade. É correr atrás do vento!
O ser humano, sem a assistência divina, facilmente pode perder o senso do que é importante. Passa a confundir o ouro verdadeiro com lata e perde o que realmente tem significado. O que ganharão afinal os homens de negócios que trabalham desde a manhã até à noite e, para completar a rotina, ainda levam trabalho para casa? Alienação e distanciamento da família? Saúde debilitada? Vida abreviada? O que edificarem será com grande probabilidade mal gasto porá aqueles que nada fizeram.
Ironicamente, o salmo 127 é um dos poucos salmos atribuídos a Salomão, o velho rei de Jerusalém que, em parte de sua vida, esqueceu-se do que era prioritário. Edificou casas, plantou vinhas, entregou-se a diversões, construiu palácios e acumulou riquezas (Ec 2:3-11). Mas sua edificação, tanto literal quanto figurativa, foi destruída. Seu reino pereceu em ruínas. Seus casamentos se tornaram uma desastrosa negação de Deus e uma enorme fonte de frustração.
O que aconteceria se hoje, em vez de atolar-se em trabalho, você se desse ao luxo de completar o dia com outras atividades que talvez não lhe tragam resultados imediatos? Que tal se você, neste dia, reservasse tempo para almoçar com o cônjuge, fizesse um piquenique com os filhos, visitasse seus pais ou alguém idoso ou enfermo? Difícil? Pense no seguinte: em dez anos, tais atividades serão as mais lembradas. Os negócios e preocupações que lhe parecem tão importantes hoje terão desaparecido, e você não terá a mínima lembrança.
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