Maior partido da oposição em Moçambique elegeu as figuras que vão concorrer ao cargo de governador nas eleições gerais de 15 de outubro. Porta-voz diz que a palavra de ordem nos próximos meses é "vitória".O maior partido da oposição em Moçambique, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), elegeu esta sexta-feira (28.06) os seus candidatos a governadores provinciais para as eleições gerais de outubro próximo. A eleição interna dos membros da RENAMO decorreu em todas as províncias do país. Para a província da Zambézia, Manuel de Araújo, atualmente presidente do conselho autárquico de Quelimane, foi escolhido como candidato a governador, eleito num clima de agitação depois de sua candidatura ter sido retirada sem o seu consentimento. O seu nome voltou a constar na lista de candidatos só depois de o líder da RENAMO, Ossufo Momade, ter intervido a favor de Araújo. Além do líder do partido, centenas de cidadãos estiveram presentes na sede do partido no momento da votação para apoiarem Manuel de Araújo na sua corrida para o cargo de governador. Manuel de Araújo foi eleito com 37 votos dos 40 delegados. José Manteigas teve três votos e Maria Inês não obteve nenhum apoio. Em declaração à imprensa, Manuel de Araújo disse que vai vencer as eleições em outubro. "Esta terra é nossa e nós temos o direito de governar esta terra. Eu não prometo nada. A única promessa que faço é muito trabalho, e o resultado dependerá da nossa entrega, do nosso esforço, e também da nossa capacidade. Eu quero que no dia 15 de outubro, onde está o presidente Dhlakama [antigo líder do partido], que ele diga que 'os meus miúdos estão a dar conta do recado'", afirmou a seus apoiantes. Resultados nas outras províncias Na província de Manica, foi eleito Alfredo Magumisse, porta-voz da Comissão Política Nacional da RENAMO. Apoiantes marcharam em ruas e avenidas da capital Chimoio em saudação do recém-eleito cabeça de lista a governador. Na província de Tete, será Ricardo Tomás, que já foi ex-candidato a presidente do município de Tete em 2013 pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a concorrer ao cargo de governador provincial. Na província de Sofala, a RENAMO elegeu Noé Marrambique depois de Elias Dhlakama, o irmão do falecido Afonso Dhlakama, ter declinado o convite para ser candidato a governador alegando ter sido "surpreendido" com a proposta. Elias Dhlakama disse que só soube que o seu nome era o preferido para se candidatar a governador da província de Sofala na sessão do Conselho Provincial do partido, não tendo tido tempo para informar a sua família sobre essa decisão. Na província de Nampula, foi indicado o nome de Luís Trinta Mecupia, enquanto para a província de Cabo Delgado foi escolhida Angela Maria Eduarde. Na Cidade de Maputo, a RENAMO escolheu apenas candidatos a deputados, já que a capital moçambicana tem um estatuto próprio. As informações sobre os candidatos escolhidos nas demais províncias ainda será atualizada. Vitória, palavra de ordem José Manteigas foi claro ao destacar o que espera o seu partido dos novos governadores provinciais. "Espera-se quadros à altura para uma governação não-corrupta, não-clientista, uma governação ao serviço dos moçambicanos", afirmou. Para o porta-voz da RENAMO, a palavra de ordem nos próximos meses é a vitória nas eleições gerais. "Olhamos para o dia 15 de outubro como o dia da vitória, como a meta da vitória", disse. "Queremos colocar o presidente Ossufo Momade na ponta vermelha, queremos governar este país. Queremos a maioria na Assembleia da República para podermos aprovar leis que devem catapultar o desenvolvimento do nosso povo", acrescentou.
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